13 novembro 2006

Ahhhhhhh: a arte do sempre ser.

Por que sê-lo, se sendo quem somos nem entender nos entendemos? Eu estou indeciso quanto a quantos gumes devo usar para me cortar mais profundamente. Não sei se lavro de meu peito um coração dourado. Ou se busco um ouro quente e pulsado chamando sangue. Nem sei se posso, assim, considerar meu “hemato-ser”, nem sei se sou. Eu queria que nesta dança descabida não tentassem fazer essa roupa me caber. Queria poder dançar nu pelo salão, enquanto o tango batesse tecnamente. Queria pegar-lhos cabelos e cheira-los numa volúpia insaciável. Queria poder beijá-la toda. Sentir seu corpo e estremecer ao simples desfacelamento seu. Jogar-te contra mim numa infusão de desejos meus. Beijar sua nuca. Rodopiá-la por todo o salão. Beijar sua boca. Sussurrar em seu ouvido palavras quentes. Contar-te segredos de liquidificador. Sentir seu arrepio ao mero encostar de minha língua em sua orelha. Estremecer com os seus estremecimentos. Descer a língua para seu nariz. Sentir sua respiração. Apertar-me contra ti. Sentir-te ofegando. Despi-la num turbilhão de interesses. Possuir. Apertar seu punho e atirar-te contra os transeuntes. Pegar-te no colo e demonstrar meu troféu.
Mas nem sei se sei dançar. Quanto menos se conseguiria te suportar. Suportar o peso frágil, insustentável, de amar outra vez. Mas eu posso cobiçar e te cobiço. E imagino o quanto teríamos feito, se a dança não tivesse parado por ali. Foi bom ter parado, afinal, estávamos prestes a nos ceder. Eu lhe daria um coração de ouro. Em troca teria seu sangue pulsado, expulsado. Teria assinado contigo um contrato. E o selaríamos com desejos irrealizáveis dali em diante.
Agradeço o seu desempenho em aturar um alcoólatra charlatão. Um viciado em solidão. E um demente em exaustão. Queria poder ter te mostrado outros adjetivos meus que também eram acompanhados de outros ãos. Ficamos de gatinha, e engatinhamos para fora de nós mesmos. Eu pensava que era assim. Enquanto eu ensaiava meus primeiros engatinhares para fora, você já tirava suas rodinhas de treino. Quando vi a saída entendi que você já tinha ido há muito. E então vi seu lastro, aerodinamicamente indo embora. Eu, ao invés de sair, escorreguei e caí. Fundo. Numa relação unilateral de mim comigo mesmo. Amei cada centímetro do meu corpo. Desejei-me mais do que jamais seria capaz de ser desejado. Apaixonei-me por mim mesmo. Saía comigo mundo a fora. Entendia a vida. Curtia. Viajei. Fui. Mas aconteceu novamente.
Quando eu era o que era, você apareceu novamente. Pediu muitos perdões, chorou sua própria desilusão. E me clamou clemência. Mas eu fora quem era. E você não entendeu nada. Achou que te perdoava. Que meu beijo demonstrava um ardor de meu peito. Sofrestes mais que eu? Não sei. Mas agora sinto pena de ti. Não vou voltar a te amar nunca mais, perdão. Nem sei se voltarei a amar novamente. Descobri que eu nunca fora quem eu achava ser. Descobri que meu nome nunca fora o que eu achava que era. Descobri que a mais linda imagem que eu precisaria admirar estava tão próxima e tão perto, que minha hipermetropia me incapacitava de enxergar. Só fui entender isso hoje, agora, quando consegui refletir essa imagem no fundo de um âmago. Mais fundo do que ele próprio. A imagem é linda. Precisei escrever tudo isso para te advertir: cuidado, você é feito o que Platão descreveu em seu mito da caverna. Você é o efêmero idiota que sai da caverna e volta para contar o que vistes lá fora, mas cuidado, você abriu-me os olhos para depois fechar os seus próprios. Abra-os novamente. E entenda o que eu entendi. Não se deixe turvar por sentimentos que nem ao menos são seus. Termino essa carta aqui. E quando você a ler provavelmente já terei saltado, pois a imagem é linda. A imagem é minha. E a busca por ela é um se perder em mim mesmo que não tem fim.
Solução para o Brasil: Vemífugo. Toxoplasma godii infesta quase 69% dos brasileiros. Em ratos a presença do parasita demonstrou que o rato, preso em um labirinto, sempre tendia a ir para um lado que havia urina de gato. O rato ia atrás do gato. Rato camicase. Qual era a dele? Será que buscava suas ratas virgens prometidas por Alá e Votan? Sei lá, mas, eu sendo um dos possíveis 69% de brasileiros infectados, já vou fazer minha bateria de exames. Oras, não quero ser comida de gato. HAuaahuahauahauahau






Quase um mês sem escrever. Não que eu não quisesse. Sempre quis. Mas começou a virar um vício. Então, sempre que se abatia sobre mim aquela vontade louca de escrever aqui, eu pegava alguns grãos de milho, jogava no chão da minha kitnet, pegava um terço, um caderninho de orações e começava minha penitencia. Pedia perdão a Deus por ser um viciado. E rezava, rezava e rezava. Até gozar de um jubiloso prazer celestial. Muitos tentaram alcançar esse prazer, o qual chamavam de nirvana, transcendência, caminho do meio e por aí vai. Eu simplesmente esporrava. Por que meu pau é meu terço, essa cadeira desconfortável meu ajoelhar no milho, uma revista de putaria é meu maior livro de orações. E meu prazer gozático era encontrar Deus.
Ou seja, não escrevia aqui porque tinha que usar minha mão para outras coisas e digo sempre, essa outra coisa é muito mais importante que escrever para um monte de pessoas que eu nem sei se existem. E, digamos que leiam isso, o que são para mim? Porra nenhuma, a não ser que comecem a me mandar putarias, as meninas, suas fotos, os caras, filmes deles com suas namoradas. A partir daí começarei a ter mais respeito, afinal, vocês serão então: porra alguma.
Mas vamos ao que interessa, meu medíocre descreve de meu dia, no caso, meu quase mês. Podem até pensar que vai sair muita coisa, mas não vou escrever tanto, mesmo tendo tanto para escrever. Parei um tempo sem escrever porque fui pra praia. Ubatuba. Muita bebida etílica. Muita putaria marítima. Sabe, muita praia. Muito tropicalismo. Eterna frase: não existe pecado abaixo do Equador, então vem fazer um pecado safado em baixo do meu cobertor.
Como diria o Chicó, não sei, só sei que foi assim.
Depois da praia tirei uma semana comigo mesmo. Não, não foi semana do saco cheio não. Foi uma semana do X, onde eu fiz X, pensei muito sobre Xs. E saí com uns amigos. Então uma pessoa, minha mentora, gurua acadêmica, disse-me uma coisa que não se deve dizer para pessoas como eu. O que aconteceu? Apaguei minha conta no ORKUT, deletei meu msn do Pc. E pensei em acabar com esse blog, com um fotolog: pensei em acabar com minha vida. Sendo bem sintético, a frase era com esse teor: você vai sofrer muito nessa vida, eu tenho pena de você. Pois bem. O motivo do meu sofrimento eu até concordo. Mas vou fazer dele um motivo pro não sofrer. E sim pra rir muito. Rir ébriamente feito o louco que sou.
Finalmente aportamos na seara seguinte. A semana do porvir. Sim. Semana Manassés(Ilustríssimo reitor da ilustríssima Universidade Presbiteriana Mackenzie). Puta que pariu. Semaninha mais transloucada, deviam te-la deslocado para uma época mais feliz. Só serviu pra atravancar minha vida, mas, vamos sorrir, continuar sorrindo, mostrando os dentes.
Acho que descobri que tenho um professor Cineasta. Chique pra caralho. Fiquei até com inveja do cara. Porra, pra começar veio de Londrina, terra do meu querido Leminski, está na área que eu mais curto de todas, e o melhor, parece que escreveu o roteiro de um filme Intitulado O Quinto Postulado, com um mote fantástico. Até que enfim o MACK me dá alguma coisa. Quer dizer, coisa que preste, não estágio pra pilantra.
Semana entrando agora. Queria saber quem ganhou pro DCE. Ditadores Militares ou Ditadores Sociais?
Espero que eu possa ler tudo que tenho pra ler, fazer todos meus trabalhos, tomar todos os meus gorós e ainda ter tempo pra assistir televisão (Irônia, irônia, sempre ela companheiro, cuidado, nem sempre é bom, as vezes é pneumônia)