09 dezembro 2006

Viva a porra, que é sempre ocorrente, até mesmo quando desnecessária!



Isto nem é um hino
É uma verdadeira ode
Daquelas feitas por apaixonados
Que se declaram às suas amadas

Vou me declarar à minha querida porra
Que nunca me deixou
Seja me fudendo
Ou seja me fazendo fuder alguém

Isso não é um hino ao bissexualismo
Sequer é hino ao sexo
É a maior poesia já feita
A graciosa masturbação

Aquela arte que acalenta
Esquenta mesmo

Masturbe-se santo amigo
E seja sempre agradecido
À porra majestosa
Aquela nossa amiga
Que escorre sempre grossa
E quando no ânimo
Sempre espirra
E nos prasenteia conosco mesmos

Saudosa porra
Que agora nem mais espirra
Sinto muito por sempre te-la barrado
Prometo que daqui por diante
Terá seu futuro acertado
E seu objetivo também

Se prepare então, meu mundo
Que tu serás meu
De meu semem
E da minha paixão.
As "Agônias".



Eu quero um poço de mágoas

Para poder afogar-me em meu próprio fel

E então ser todo deslizes

E mesmo assim ser seu.

Quero ser tanta coisa

Que nem me sei

Sei talvez que nada sendo

Eu esteja mais perto de ser

Aquilo que tanto deseja.


Eu cansei, sinceramente

De te por nas costas tantas dores

E parecer cada vez menos culpado

Pelos pecados que sou eu mesmo

Quem comete.
O que existe é o meio e a falta dele.





Não que existam mais coisas. Só há o meio, logo, se ele falta, falta a única coisa que há. É como o fato de ter como comer, mas não ter fome. Você tem os meios de satisfazer algo que você não tem. O que é muito triste. Mas muitas vezes as causas não são inerentes a você. É tudo culpa do mundo. A coisa mais escrota que há. É o mundo em si, meu mundo, nosso mundo, nosso espelho reflexivo. Odeio sociologia. O ser humano devia ser a coisa que menos pudesse ser estudada. Se lembram da época em que era proibido abrir pessoas vivas? Da época que Nero mandou abrir a barriga da própria mãe para ver de onde viera? Então, tudo devia ser assim, o ser humano só seria vislumbrado em sua complexitude por loucos, que em verdade vos digo, só fariam isso por serem o que seriam.
Eu não sei mais o que esperar de coisa alguma. Talvez a vida não seja mais esperas. Talvez ela seja? Por que não? Eu não sei, e digo que sou muito feliz por isso. Imagina, se eu soubesse de só mais uma coisinha a mais que ninguém sabe, eu estaria fodido ao extremo.
Adoro estar no ponto que estou. É o verdadeiro ponto sem retorno. Nada mais voltará a ser como era antes. É foda. Foda mesmo. Eu queria ter uma mesada de muitos milhões de dólares, ou euros, e vivesse em conformidade com minhas próprias normas. Eu estou com pena do mundo, e mais pena ainda de Deus, que construiu tudo à sua imagem e teve a melhor resposta que poderia ter. As criações que viemos a colocar no mundo, nada mais são do que pretéritos imperfeitos em nossas vidas.
Eu comecei a perceber que sim, vou ficar sozinho no mundo e não terei com quem conversar. Não que as conversas não existirão, mas serão apenas monólogos. Não sei se da vagina, do pênis, da buceta ou do caralho, serão verdadeiros borra-botas.
A vida é nosso Karma, mas não das vidas passadas, karmas dos dias-a-dias. Talvez sejam até lições, mas a culpa de termos que ser ensinados de maneira tão preementes é nossa.
Tenho raiva do nosso, sim, do possessivo nosso. O que podemos dizer ser nosso? Nada temos em comum. Nem mesmo o mundo é nosso, uma vez que cada um tem o seu. Tenho raiva do seu medo, e do seu tanto ter a perder. Você começou a me envenenar com seus delírios. O que é que temos a perder? Em verdade vos digo, o que é que é nosso? Não temos nada, por isso que mais uma vez, usar o nosso é desnecessário.
Quero pedir só uma coisa, pare de passar seus medos pra mim, eu não preciso deles, e cada vez mais quando vejo os seus, eu tenho pena, pena de sermos tão geneticamente parecidos, mas cada vez mais utopicamente diferentes. Chore comigo. Choremos juntos a nossa decadência, a nossa decepção conosco mesmos.