25 setembro 2006
Queria poder ser um infortúnio na vida de alguém, mas será que já não o sou? Fiquei divagando nO Estorvo, do Chico, será que eu vou no futuro ser igual ao EU daquele livro? Não sei amanhã, mas hoje eu sou, um estorvo no mundo das palavras.
Estou muito cansado. Comecei a me cansar disso aqui, e vejam só, só fazem três dias que escrevo. Confesso que escrevi até que bastante, mas é como eu dizia, escrever é um dos meus maiores prazeres individuais. É um prazer sem tamanho.
Vamos aos fatos. Sai de casa, e fui caminhando por uma rua triste, que só é triste hoje, Domingo serenoso, cheguei numa rua que é sempre confusa, queria me atirar em meio à confusão, mas morrer na Consolação é de deixar qualquer um desconsolado (argh).
Quando eu cheguei à ponte, vi que lá em baixo, onde eu estava indo, estava bem cheio. Isso me encheu de alegrias. Odeio esperar ônibus em ponto vazio. Desci a escadaria do calvário de meus temores. Mas sorte minha ninguém estava pra me açoitar. Esperando, vi-a passar e sentar e jogar os cabelos pra trás com tamanha delícia, que nem sei como estou aqui. Ela achou que estava na hora de se ir, levantou-se, mas o ônibus que passou não era o dela. Sentou-se novamente. Mas dessa vez, antes de o fazer, olhou para mim. Sentou-se suavemente, como que a dizer que queria era sentar em mim, e que sentaria tão maciamente, que era só prazer o que eu poderia sentir. E lancei-lhe o meu olhar, como que a dizer, sente-se em mim, e não sentirá dor alguma, só sentirá se preencher, de um amor tão grande, que nunca irá querer ir embora. Nada aconteceu, afinal, como vocês percebem, estou aqui, e se tivesse acontecido, aqui eu nunca voltaria. Nesse transloucado ir e vir de pensamentos e olhares, meu ônibus chegou. Fui para onde estava indo. Mas como sempre, a viagem só começa quando o transporte citado lota. Aí sim é uma verdadeira viagem. Começamos a roçar nossos corpos vigorosamente, e o referido veículo estava recém lavado. Muita água no chão, e nós, muitos suores nos corpos. É feito uma dança, cada um escolhe seu parceiro e começa a curtição. Sorte minha ter sido muito bem escolhido por uma loirinha fogosa. Comecei a pensar que eu era o Tato e ela a Cicarelli. Mas eu não estava afim de ser preso por pouco.
Eu queria era ter passado despercebido pelo mundo, hoje ao menos. Ser invisível. Se fosse pra causar, teria de ser como quase foi com a loirinha, mas eu ia querer alguém que valesse a pena, a Cicarelli não, eu ia querer a Xuxa, só pra ouvir que eu sou um sabonetinho (bleh).
Mas não foi hoje que tive um, ao menos, de meus sonhos realizados. Contentei-me em ir na festa da minha prima, conversar com meus tios, comer, ganhar uma “marmita” de sanduíches. O que me ganhou o dia, na verdade, foi sentar-me no metrô. Consegui encontrar pessoas mais “doidas” (de legais) que eu. Elas coreografavam os movimentos de parada, aceleração e as curvas. Espetáculo maravilhoso, melhor ainda foi o momento em que, de maneira muito organizada, já tendo pressentido que uma freada muito brusca viria, eles caíram no chão com um baque surdo. Foi catártico. Me levantei no ato, urrei e bradei Bravos até não poder mais, mas foi estranho, parece que eles eram anti-atores, não gostaram muito das minhas saudações e cumprimentos.
Quando eu fiz a baldeação o espetáculo continuou. Sentado eu estava quando entraram alguns amigos, muito felizes e cochichando distribuíram seus papéis. E começaram, eram jovens que haviam acabado de sair de alguma festa boa, tamanho era o grau de ebriedade. Um se agarrou na barra superior esquerda do vagão e não havia nada que o tirasse de lá. Outro sentou-se com o rosto entre as mãos. Alguns ficaram de pé, meramente encostados. Então começaram a falar alto, consegui pegar o mote da história, não muito bem, pois os temas iam e vinham em minha direção feito cavalos selvagens, aos borbotões. Finalmente entendi o ato que começava. Um tinha ficado com a namorada do outro, sem que esse soubesse, e o burro do corneante deu com a língua nos dentes, contou tudo pro traído. Esse, feito um touro, e pelos chifres encarnou perfeitamente, levantou bufando e deu um coice bem no meio do peito daquele, que girou no ar e parecia que ia se estupefazer no chão, mas não, deu uma risada, teve um soluço. Eu ia aplaudir a brilhante encenação, mas o que havia sido soluço, na verdade era uma ânsia e ele pôs-se a vomitar na minha direção. Tive que ir pro fundo do metrô. Mas não sem antes lançar um olhar irônico para os atores, fazer uma reverência e sair andando com algumas risadas permeando meus respirares.
Por fim cheguei em casa, e chorei, pois todo o meu dia fora perdido, uma vez que o dormi todo.
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Um comentário:
Olha o INFORTÚNIO aí de novo ^^
bom... eu nem vou ler esse post hj, pq ele é mtu longo, e eu não to mais com piqui de ler NADA.!
to saindo da net, e mesmo tendo me divertido com seus posts cheios de loucura e palavras q eu não sei bem o significado ( mas sigo o contexto ), eu não vou te dar tchau no msn, nem agradecer pela mais de uma hora q passei aqui; pois não quero q vc saiba q eu li, muito menos q comentei seu blog. Afinal, vc esta aqui para se entreter, e não para entreter quem quer q seja, neh.?
hauhsuahsuahsuahsuahuahsauahu
bom... to indo nessa.!
amanhã volto pra ler esse post e todos os outros q ainda não li xD~
Fubá.! [\by]
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